Nutricionista para Síndrome do Intestino Irritável: como a alimentação pode transformar sua saúde
- Nutricionista Raphael Souza
- 28 de abr.
- 3 min de leitura
Se você convive com a Síndrome do Intestino Irritável (SII) e busca formas de aliviar seus sintomas, saiba que o suporte de um nutricionista especializado pode fazer toda a diferença. A seguir, entenda o que é a SII, seus principais gatilhos e como a nutrição personalizada ajuda no tratamento.
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma condição comum que afeta o funcionamento do intestino, causando desconfortos como dor abdominal, distensão, gases, diarreia, constipação ou uma alternância entre os dois quadros.
Estima-se que cerca de 10% a 15% da população mundial sofra com a SII, sendo mais prevalente em mulheres e em pessoas abaixo dos 50 anos.

O que causa a Síndrome do Intestino Irritável?
As causas exatas da SII ainda não são completamente conhecidas, mas vários fatores parecem estar envolvidos, como:
Alterações na motilidade intestinal (movimentação dos músculos do intestino);
Hipersensibilidade visceral (intestino mais sensível à dor);
Desequilíbrios na microbiota intestinal;
Processos inflamatórios de baixo grau;
Estresse e fatores emocionais;
Infecções gastrointestinais anteriores;
Intolerâncias alimentares não diagnosticadas.
Cada paciente pode apresentar gatilhos diferentes, por isso o tratamento precisa ser individualizado.
Principais sintomas da Síndrome do Intestino Irritável
Dor abdominal recorrente;
Sensação de inchaço ou distensão abdominal;
Alterações no padrão das evacuações (diarreia, constipação ou ambos);
Gases em excesso;
Sensação de evacuação incompleta.
Esses sintomas costumam melhorar após a evacuação e podem ser intermitentes — ou seja, surgem e desaparecem em períodos diferentes.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da SII é clínico, ou seja, feito durante a consulta médica ou nutricional, baseado em critérios específicos, como os Critérios de Roma IV.
É importante descartar outras condições, como doença celíaca, intolerâncias alimentares, doença inflamatória intestinal e câncer colorretal, principalmente se houver sinais de alerta, como perda de peso significativa ou sangramento retal.
Tratamento nutricional da Síndrome do Intestino Irritável
Uma alimentação adequada é uma das estratégias mais eficazes para controlar a SII.Dentre as principais recomendações, destacam-se:
1. Ajustes alimentares básicos:
Redução de alimentos ultraprocessados;
Evitar excesso de carne vermelha, açúcares simples e alimentos gordurosos;
Em alguns casos, testar a exclusão de glúten e lactose.
2. Estratégia Low FODMAP:
A dieta Low FODMAP consiste em reduzir temporariamente alimentos ricos em certos tipos de carboidratos fermentáveis, que são mal absorvidos no intestino e podem piorar os sintomas.
Essa abordagem é feita em três fases:
Restrição (eliminação dos alimentos ricos em FODMAPs);
Reintrodução controlada (testar cada grupo alimentar);
Manutenção personalizada.
Importante: essa dieta deve ser feita com orientação profissional para evitar deficiências nutricionais.
3. Suplementação:
Dependendo da necessidade de cada paciente, podem ser utilizados:
Probióticos para restaurar a microbiota intestinal saudável;
Fitoterápicos com ação anti-inflamatória e calmante do trato gastrointestinal;
Enzimas digestivas para melhorar a digestão;
Correção de hipocloridria (baixa produção de ácido no estômago), quando presente.
4. Controle do estresse:
O manejo do estresse, ansiedade e saúde mental é fundamental para o sucesso do tratamento, já que o intestino e o cérebro estão diretamente conectados pelo chamado eixo intestino-cérebro.
Terapias complementares como meditação, técnicas de respiração e até a psicoterapia podem ser indicadas.
A importância do acompanhamento nutricional
Cada pessoa com SII apresenta um perfil diferente: o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro.Por isso, o acompanhamento nutricional personalizado é essencial para:
Identificar e controlar gatilhos alimentares;
Reduzir a frequência e a intensidade dos sintomas;
Melhorar a qualidade de vida;
Corrigir desequilíbrios nutricionais.
Com um plano alimentar adequado, é possível viver bem, mesmo com o diagnóstico da SII.
Comentarios